quarta-feira, 22 de janeiro de 2020

CicloS

As coisas vem e vão e voltam ao mesmo lugar.
Você está feio. Triste. Vazio. Culpado.
As coisas vem e vão e voltam ao mesmo lugar.
Era tudo para apaziguar. Depois tudo volta pro lugar.

https://www.youtube.com/watch?v=AEYN5w4T_aM

Foque na prova que se avizinha.
Foque na sua paz e na sua abstinência. Reprimir ou Extravasar: meios termos te fazem mal.
Foque em não brincar com exceção de cenários absolutamente seguros, sem nenhuma margem para discussão.
Faça suas tarefas.
Siga em frente. Nada vai ser como você imaginou.

sábado, 23 de dezembro de 2017

Dia 2

When i was your man




Hoje você aprendeu: Olho buscando entender o que ele tem, o que ela viu nele. E NÃO ENTENDO.
Mas quando olho no espelho tudo faz sentido. Você está ridículo. 

dia 1

Época de renascer. Época de perdoar. Mas ambos nascem da verdade. E qual é a verdade? Será que tenho forças para encará-la? Por quê não há desprendimento? Um arrependimento avassalador que jogasse o passado no abismo? É como se ela quisesse a sombra por perto, rondando, à espreita. As vezes penso que, no mundo ideal dela, haveriam nós dois. Um carne o outro coração. E a ideia de ser incrível pra alguém se desfaz pela metade. Não há ninguém meio importante; não há ninguém meio sensacional; não há ninguém meio homem e eu não quero ser meio feliz. A sensação de não bastar me atravessa e dilacera. Me inibe e põe pra baixo como um fraco, resquício de ser homem, farelos de masculinidade.
 - Você não aceitaria se eu continuasse conversando com ele, né?
Sério? Preciso desenhar minha morte? Preciso gritar pra ser ouvido? Mendigar pra ser amado? Ainda que eu me esforce pra acreditar que nunca mais haverá contato, perceba o drama: é porque eu precisei pedir.
Quase 5 meses sozinho. Quase 5 meses esperando por ela. Quase 5 meses desviando dos caminhos esguios que surgiam. Eu que sempre apostei que a vida começaria em 2017, vejam só, morri. Vontades estranhas, desejos sombrios. A chance de errar, de vingar, de ser. Mas eu só quero paz. Só quero sentir nós dois. Só queria que o tempo pudesse voltar. Quero seguir em frente mas ela vive me tirando os motivos pra respirar. Não vejo mudanças que não sejam pedidas. Vejo incertezas sobre o que ela sentiu e, contra minha força, sobre o que ela sente. Um beijo no rosto? Pra quê? Por quê? Um de nós dois perdeu a noção da gravidade das coisas. Aposto que não fui eu.
Sobre o perdão cada vez mais tenho a certeza: ela não me perdoaria. Se minha amizade já custa caro e nunca houve um passo pra fora do quadrado que desenhei, imagina eu fazendo tudo isso e perguntando depois: Posso continuar conversando com ela? HA! Jamais faria isso. Jamais. E aqui não é uma questão de julgar: eu poderia ter errado como ela fez. Escapei, tive sorte, juízo e boa amizade. A questão é o depois. O como agir, pois "acontecimentos acontecem". Mas ela não quer virar a página. Quer deixar uma fresta aberta por onde possa espiar. Olhar e ser olhada. Pensar sempre no "e se eu tivesse seguido por ali?". Quantos planos não fizeram? Filhos, casa, viagens, tatuagens. Será que falava da filha dele? E sempre sobre mim o peso: você tem que entender, você tem que respeitar. Quem me entende? Que me respeita?
Hoje vi que o remorso é sobre o como foi. Há quase um desejo no ar que eu posso sentir, que sistematizaria mais ou menos assim: "queria que isso tivesse acontecido em Janeiro ou antes dele". É a ideia de estar comigo mas sem abandonar o passado. Sou a melhor das escolhas na média: apesar de muitos pontos estarem do lado de lá. Mas e aí cara, é isso mesmo que você quer ser pra alguém? Não deveria nem haver outra opção.
Hoje ela perguntou "o que eu faço pra você ficar bem?". Respondi o padrão: verdadeiro e superficial. Por baixo da resposta há só uma voz: decida-se. Mas aí vem o fantasma de mim mesmo, das minhas fraquezas e fragilidades que grita: decidir é o passo seguinte pra quem ousou escolher, comparar, se projetar aqui e ali, assim e assado. Ela foi tudo pra mim: mais perfeita do que eu tinha desenhado. Mas não sou só eu que uso essa frase, né?
 Preciso assumir minhas responsabilidade no processo... isso me faz respirar. Ver o quanto fui negligente, ausente e pequeno. Boas intenções não justificam, nem amenizam. Mas o que foi feito de mim pós Floripa foi tortura. Despedaçou-me e não há formas de cicatrizar. A frase da esperança foi o auto perdão dela, seguido de: "daqui pra frente sou consciente do que faço". Aquela semana em PG então pareceu menor. Mas o padrão se repete. E eu to cansado.
Dia sem sair do sofá. Dia onde começo a me ouvir. Rondonópolis não cabe em mim: nenhum futuro tem meu esforço nesse momento. A compulsão com a ideia de desistir é cada vez maior. FERIDA, FÉrIDA, FÉ IDA, FÉ FOI-SE.

Você descobriu hoje: você será, no máximo, o melhor. Você precisa ser o único.